12 alternativas para o castigo – Educação positiva

Muito se fala hoje em dia sobre a educação positiva. Mas o que é isto afinal? Como se pratica?

A Educação Positiva é uma nova forma de abordagem para a educação de uma maneira geral. A Educação nas escolas, a Educação nas Famílias, a Educação entre as civilizações e Povos!

Nos finais da década de 90 Martin Seligman, professor e pesquisador de Harvard projeta a sua teoria para uma nova ciência chamada Psicologia Positiva. Prevendo os novos desafios de educar no Sec. XXI, Seligman preconiza que o Bem-Estar PODE e DEVE ser ensinado na escola, pois o estado de humor interfere na aprendizagem.

O bom humor, a felicidade e a boa disposição, predispõe para a curiosidade, a criatividade e a atenção.

Nos modelos tradicionais de educação, usam geralmente uma linguagem negativa, carregada de agressividade e ameaças, para repreender um comportamento menos correto da criança. “Se não fores tomar banho, já, ficas de castigo”.

Ora de acordo com a psicologia positiva e a neolinguística a maneira de falar pode alterar o sentido da mensagem, por outro lado, nosso cérebro entende melhor mensagens positivas e afirmativas do que mensagens expressas de forma negativa. E se experimentarmos “Se fores tomar banho já, ficas com mais tempo para brincar ou jogar”.

A verdade é que tudo parece muito bonito, mas e na prática? Com o dia a dia das famílias cada vez mais stressante, com o numero de alunos nas turmas cada vez maior, como manter a calma e dizer sempre tudo de forma positiva?

Não existe uma fórmula mágica, pois a educação positiva é algo que exige de nós muita calma e reflexão interior.

No site Positive Parenting Connection, Ariadne Brill, sugere 12 alternativas aos tradicionais castigos na educação. O texto original pode ser encontrado aqui.

 

12 ALTERNATIVAS PARA O CASTIGO – EDUCAÇÃO POSITIVA

Estas alternativas são principalmente voltadas para crianças de 1 a 6 anos, mas também funcionam para crianças maiores.

  1. Faça uma pausa junto da criança: a chave é fazer isso com o seu filho, antes que as coisas saiam do controle. Se o seu filho está num momento difícil ou está a fazer escolhas inseguras, como bater em algum colega, encontre um espaço tranquilo para fazer uma pausa em conjunto. Apenas cinco minutos para vocês se conectarem, para ouvir o que seu filho está sentindo e falar sobre as escolhas mais apropriadas, são coisas que realmente ajudam. Isto é semelhante ao que se chama de time in, um momento de acolhimento onde os pais trazem o filho para perto, ao invés de provocar afastamento.
  2. Segundas chances: todos já cometemos um erro e nos sentimos aliviados por ter uma nova chance para tudo outra vez. Ou não? Muitas vezes, deixar que as crianças tentem novamente permite-lhes resolver o problema ou mudar seu comportamento. ”Eu não te posso deixar espalhar a cola na mesa inteira, mas queres tentar fazer isso de novo no papel?”
  3. Resolva o problema em conjunto: se existe um problema e seu filho tem um comportamento causado por frustração, dar a oportunidade de ele falar sobre o problema e ouvir a solução que ele tem pode mudar as coisas para melhor.
  4. Pergunte: às vezes, os nossos filhos fazem certas coisas, e nós não entendemos muito bem essas coisas. Nós podemos supor incorretamente que eles estão a fazer alguma coisa “ruim” ou a ser “desobedientes” quando, na verdade, eles estão a tentar entender como alguma coisa funciona. Pergunte o que eles estão a fazer com a intenção de ouvir e entender em primeiro lugar e, então, ajude-os dando a saída adequada ou uma informação que está em falta. Em outras palavras, tente “O que é que estás a tentar fazer?” ao invés de: “Por que diabos estás… Aaaah!!! Já pro quarto!”
  5. Leia uma história: outra ótima maneira de ajudar os filhos a entender como fazer escolhas melhores é lendo histórias com personagens que que também cometem erros, ou que passam por sentimentos intensos, ou que necessitem de ajuda para fazer escolhas melhores. Além disso, ler para os filhos pode ser uma forma muito positiva de se reconectar e dirigir a nossa atenção para os nossos filhos.
  6. Bichinhos e brincadeiras: as crianças pequenas adoram ver fantoches ou bonecas ganhar vida para ensinar lições positivas. “Olá, eu sou o ursinho e oh…parece que este chão está todo rabiscado. Estou voando para a cozinha para pegar uma esponja para limparmos o chão juntos. Vens comigo!” E depois de limpamos juntos: “Ah, agora vamos buscar um pouco de papel, para me fazeres um desenho no papel? O papel é para desenhar e colorir com lápis de cor!”
  7. Dê duas opções: vamos dizer que seu filho está a fazer algo completamente inaceitável. Ofereça-lhe duas alternativas que são seguras, respeitosas e aceitáveis, e deixe que ele escolha o que ele vai fazer a partir daí. Ao receber duas opções, a criança pode manter algum controle sobre as suas decisões e ainda aprender sobre limites.
  8. Ouça uma música: às vezes, fazer uma pausa divertida para liberar um pouco a tensão e reconectar é tudo o que as crianças precisam para voltar a fazer escolhas melhores e tudo o que os pais precisam para relaxar um pouco e aliviar o stress. Ouça uma música ou faça uma pausa para dançar!
  9. Vá para fora: mudar o ambiente muitas vezes nos dá a chance de redirecionar o comportamento para algo mais apropriado. “Eu não te posso deixar subir a estante. Mas podes subir nas barras da grade. Vamos lá para fora, se te apetece trepar!” Ou: “Cortar o tapete com a tesoura não é aceitável. Vamos lá para fora cortar um pouco da relva.”
  10. Respire: uma grande respiração profunda, tanto para pais como filhos, pode realmente ajudar a acalmar e olhar para o que está a acontecer com uma nova perspectiva. Tome um fôlego dos grandes para sair das frustrações ou respirações curtas e rápidas para sentir-se calmo e reenergizado.
  11. Faça um desenho: uma ótima maneira para as crianças falarem sobre erros é fazer um desenho do que elas fizeram ou do que poderiam ter feito diferente. É uma maneira sútil para abrir uma janela para conversar sobre como fazer escolhas melhores.
  12. Espaço do relaxamento: para que “dar um tempo” funcione de verdade, é necessário que isso seja algo que ajude todos a se acalmar, e não deixar os filhos assustados ou com medo. Um espaço de relaxamento é uma área onde os filhos podem ir se sentar e pensar, brincar com alguns brinquedos mais tranquilos, e ter algum espaço sozinhos, até que se sintam prontos para falar ou voltar a estar perto de outras pessoas. O uso do espaço do relaxamento deve ser oferecido como uma opção e não como uma ordem.

Cada criança e cada situação são únicas. Por isso, essas ferramentas não se aplicam a tudo, mas funcionam essencialmente como uma lista de ideias para ajudar a expandir a sua caixa de ferramentas de criação de filhos. Eu penso que usar ferramentas pró-ativas como estas para responder e orientar os filhos a fazerem escolhas melhores funciona de maneira muito mais positiva do que ter que reagir quando as coisas saem de controlo.

 

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