A minha verdade sobre a amamentação

Quando nos tornamos mães queremos o melhor para o nosso bebé.

O melhor do Mundo e o melhor de nós. Isso inclui claro está o leite materno.

Em causa não está nem nunca estarão os seus benefícios . Seja pela composição nutricional, pela temperatura, vinculação, um sem fim de coisas das quais não duvidamos.

No entanto parece-me que a amamentação está sobrevalorizada. Com o intuito de termos crianças bem alimentadas e saudáveis estamos a criar mães ansiosas e emocionalmente debilitadas.

Quantas vezes não está o momento da amamentação repleto de tensão e ansiedade? Seja por se sentirem incapazes, seja por causar dor, ou simplesmente por não lhes fazer sentido. A dificuldade na amamentação acarreta nas mães um sentimento de culpa e insuficiência. Sentimento este que quando alimentado causa baixa auto estima, insegurança e horas de choro.

Sempre disse que a amamentação tem de ser um momento especial e completo mas para ambos. Mãe e filho. Retirar a mãe desta equação é esquecer uma parte da criança, pois até pouco tempo atrás eram um só, correto?

Digo isto e desdobrei-me entre bombas, mil biberões, amamentação, conchas, leite adaptado. Fi-lo até aos 3 meses porque SENTI que era assim que devia ser. Era importante para o meu bebé, mas era importante para mim sentir que tinha feito o que podia. – Mas só porque foi o que defini para mim mesma.

Depois dos 3 meses. Deixamos a amamentação. A minha bebé não deixou de crescer nem deixamos de estabelecer conexão por causa disso.

Como diz uma amiga minha ás vezes desistimos e ganhamos as duas. Foi o que aconteceu.

O leite materno é importante. Talvez por isso tenha prometido a mim mesma que faria o que fosse preciso durante os primeiros meses.

No entanto não é humano o que fazemos com as mães nos dias de hoje. Sempre que encontramos uma mãe a primeira pergunta logo após o nome e idade do bebé é “Estás a amamentar?”. E seguem-se o “Não tens leite?”, “Tens muito leite?” ….

É importante perceber que é parte do corpo e da experiência de cada um. Respeitar as mães que amamentaram até aos 3 anos, ou as que amamentaram 1 dia, 1 mês, inclusivé as que decidiram não amamentar.

É imperativo dizer às nossas grávidas que não são piores mães por isso, que se lhes reserva o direito de desistir. E que está tudo bem! Os bebés também crescem com leite adaptado. E a vinculação faz-se todos os dias, a cada momento. Com beijos, abraços, e muita brincadeira.

Porque em boa verdade – pelo menos para mim – será sempre mais importante que o bebé tenha uma mãe feliz e segura, do que a origem do leite que o alimenta.

Texto de Cristele Matias

O meu nome é Vânia Cristele Matias. Sou mãe há 10 meses. 😉
Sou Terapeuta Ocupacional, trabalho a vertente emocional e dou sessões de aconselhamento parental.
A área das emoções e da parentalidade é a minha paixão. 

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