6 maneiras de consertar seu relacionamento por conta própria

Lisa Firestone, psicóloga do Psychology Today, dá seis dicas para a resolução de conflitos entre casais.

Segundo a autora, a única pessoa que você pode mudar é você mesma.. Se ambas as partes aceitarem isto, é possível uma mudança real no relacionamento.

Com isso em mente, Lisa Firestone oferece seis sugestões sobre como poderá ser o terapeuta do seu próprio casal.

Como seres humanos, estamos cheios de imperfeições. Todos nós fomos prejudicados e magoados de maneiras únicas que afetam a forma como nos relacionamos connosco e também nos nossos relacionamentos interpessoais.

É fácil identificar características indesejáveis ​​nos nossos parceiros. Ironicamente, quanto mais tempo estamos juntos e mais próximos estamos de alguém, mais tendemos a salientar as características negativas.

Quando um casal entra em terapia, geralmente está cheio de reclamações sobre os seus parceiros. As dificuldades e a dinâmicas tornaram-se tão complexas que é difícil resolver as muitas ofensas das quais eles se acusam. Na maioria dos casos, ambas as partes estão certas e ambas estão erradas.

Assim, os conselhos para casais são simples.

  1. Não atirem as culpas um ao outro:Pare o jogo da culpa e comece a assumir a responsabilidade pelas suas próprias ações. Para resolver problemas reais, é útil abandonar o padrão que está desenvolver há muito tempo, resolver a sua parte do problema e começar do zero com uma lista limpa.
  2. Observem antes de reagir. Naturalmente, deixar passar rancores e queixas do passado não impedirá que tenha problemas no futuro. Quando surge um conflito, é um exercício importante não reagir automaticamente no momento. Tire algum tempo para se afastar e se concentrar em algo para além do conflito Como são necessários dois para dançar o tango, parar de ser reativo no momento impede que o argumento se transforme num território seriamente destrutivo. Quando se conseguir acalmar, sente-se e observe o que está a acontecer. Os assuntos em conflito podem ser considerados ameaçadores à vida, mas, ao se acalmar, estará num estado adulto, mais racional, e pode verificar e ver o que é realmente real e importante. Irá então perceber que está a projetar pensamentos negativos ou a assumir que o seu parceiro está a criticar de forma intencional para magoar.  Nos momentos de tensão, devemos fazer uma pausa e refletir. Não alimente sentimentos de mágoa. Em vez disso, afaste-se e pergunte-se ao que está realmente a reagir e porquê.
  3. Identifiquem padrões. Quando nos sentimos sobrecarregados por nossas emoções, é essencial perguntar o que desencadeou tudo. Frequentemente, quando os casais começam a brigar, há um sentimento de mágoa ou abandono na raiz. Cenários que despertam sentimentos antigos, especialmente aqueles relacionados com apego, podem nos fazer sentir inseguros, invisíveis, ou propositadamente prejudicados. Se nos sentimos rejeitados quando éramos crianças, estamos mais propensos a sentir que aqueles que são próximos de nós, nos estão a rejeitar. Se nos sentimos invadidos em nossa juventude, podemos nos sentir mais cautelosos ou resistir a ser mais abertos.    No seu relacionamento atual, o seu parceiro não está necessariamente a causar dor, de forma intencional, mas apenas desencadeou inadvertidamente uma reação primária. Ao perceber os padrões que o deixam ansioso ou enfurecido, vai se conhece melhor e poderá lidar com essas emoções de forma mais saudável.
  4. Olhem para o seu passado. Depois de observar os padrões das suas reações, pode começar a juntar o que é familiar do seu passado. Pode questionar se está a projetar ou reproduzir alguma dinâmica que lhe é familiar desde a infância, para o seu relacionamento atual.  A cultura da família onde cresceu afetará a forma como se relaciona quando adulto. O que foi valorizado ou menosprezado na sua família? Quando reagimos com base em experiências antigas, geralmente vemos o mundo atual através de lentes distorcidas.
  5. Tenham compaixão. Ao estabelecer conexões com seu próprio passado, começará a sentir mais compaixão para com as suas lutas. Poderá estender esse mesmo sentimento ao seu parceiro, percebendo que ele também pode estar a reagir com base em experiências dolorosas do próprio passado. Quando surgirem conflitos, tente ver o cenário pelos olhos do outro e entender como o outro vê a situação. O seu parceiro pode perceber as coisas de maneira diferente. Tente alinhar seu estado ao do outro e adote uma perspectiva empática. Depois de ouvir o outro lado da história, “reproduza” o que o outro lhe comunicou e tente mostrar que entende como o outro se sente, tentando perceber se está certo e claro para os dois lados. Procure  ter mais compaixão por si e pelo outro.
  6. Comuniquem o que realmente sentem.Quando ambos estiverem calmos, poderá explicar como se sente sem colocar a culpa no outro ou agir como vítima. Quando comunicar o que sente, é importante respeitar o facto de que cada um de vocês tem mentes únicas que funcionam de maneira diferente. Ao fazer isso, conhece o seu parceiro a um nível mais profundo que, em última análise, os aproximará. Se você e o seu parceiro estiverem abertos um ao outro e tiverem compaixão nas vossas lutas individuais, poderão ajudar-se a superar obstáculos e tornando-se as pessoas que ambos desejam ser no vosso relacionamento.

Obviamente, ninguém é perfeito, e às vezes somos atrapalhados. Todo casal é constituído por duas pessoas separadas e imperfeitas; portanto, quando erramos, tudo o que podemos fazer é reparar o erro. Em vez de deixar as coisas apodrecer, podemos entender o que deu errado e interromper ações destrutivas.

Quando tomamos medidas para interromper comportamentos prejudiciais no nosso relacionamento e identificamos padrões do nosso passado, iniciamos uma jornada de autodescoberta que pode ser profundamente dolorosa, mas ricamente recompensadora.

A chave para alcançar o amor duradouro torna-se assim um ato de diferenciação, um processo terapêutico de identificar as maneiras em que fomos feridos no nosso passado e que nos levam a magoarmo-nos a nós mesmos e às pessoas próximas a nós no presente.

É uma jornada contínua de auto-reflexão que nos ajuda a revelar quem realmente somos e a conhecer e amar alguém tal como ele é.

 

Traduzido e adaptado do texto de Lisa Firestone  6 Ways You Can Fix Your Relationship on Your Own

Leia mais da Dra. Lisa Firestone em PsychAlive.orgou em seu último livro, The Self Under Siege.

 

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